sábado, 4 de julho de 2009

Senat trabalha Programa Despoluir no Piauí

Denise Cordeiro

Respirar um ar mais limpo é um direito de todos. Pensando nisso foi que nasceu o Programa Despoluir, criado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) em parceria com o Setut (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina), Sest/Senat e Cepimar (Federação das Empresas de Transportes Rodoviários dos Estados do Ceará, Piauí e Maranhão).

O objetivo é bem simples: fortalecer a cultura da responsabilidade ambiental entre as empresas brasileiras de transporte rodoviário. E, para isso, as entidades responsáveis distribuem prêmios que incentivem as empresas do setor a criar novos projetos ambientais e renovar suas frotas por carros ecologicamente corretos.

Estruturado em dois grupos de projetos (Grupo A – Projeto Transporte, voltado para melhorar o desempenho ambiental do setor; e Grupo B – Projeto Cidadania para o Meio Ambiente, que busca educar agentes da área para que possam multiplicar a consciência ambiental), o Despoluir trabalha pela redução da emissão de poluentes por veículos automotivos, o incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador e o aprimoramento em gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte, pelo grupo A e com cursos voltados para taxista, caminhoneiros e trabalhadores em transporte para ampliar a educação ambiental.

“O principal trabalho nosso é de incentivar as empresas na troca da frota por veículos eletrônicos, que por conta de sua precisão em termos de queima de combustível gastam apenas o que é necessário para o veículo rodar, diferente dos veículos antigos, que não tinham a capacidade de avaliar os gastos de combustível com precisão, é melhor tanto para a empresa que gastará menos, como para o meio ambiente que sofrerá menos”, diz Edílson Amorim, coordenador do Programa no Senat, órgão afiliado a Cepimar, responsável pela implantação do Despoluir no Piauí.

Apesar dos avanços em termos de sustentabilidade, no Piauí ainda faltam alguns pontos a serem melhor explorados. Não basta apenas a troca de frota, mas o aprimoramento do combustível usado nos veículos do Estado.

Dados do Senat dão conta de que o combustível usado no Piauí possui uma quantidade elevada de enxofre que causa sérios danos não só ao meio ambiente, quando é liberado, como também à própria estrutura metálica do motor dos veículos. Enquanto aqui proporção é de 1800 ppm (partes por milhão) de enxofre no composto, na Europa a quantidade é de 50 ppm. Nos Estados Unidos o valor chega a 15 ppm e no Japão é apenas 10 ppm.

Apesar disso, nos últimos anos, após a resolução 315 da CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), de 29 outubro de 2002, que determinava a fabricação de diesel e de motores menos poluentes a partir de janeiro de 2009, o valor - de 1800 ppm – encontrado no combustível do Estado já foi reduzido de 2000 ppm e ainda se pretende diminuir mais.

Mas por que não reduzir de uma vez essa quantidade de enxofre? Porque esse componente não é de todo o vilão da história. A viscosidade dele ajuda no funcionamento do motor e substituí-lo não é tarefa fácil, já que o equipamento base de qualquer veículo está acostumado a se mexer com esse tipo de combustível.

E por isso surgiria um outro problema: as empresas, que teriam de reestruturar totalmente sua frota, colocando motores que já fossem adequados às quantidades menores de enxofre, o que levaria a altos gastos. “para contornar a situação, o indicado é que se vá adaptando o motor gradualmente aos novos valores de enxofre até que cheguemos a níveis como os da Europa, Estados Unidos e Japão”, afirma Amorim.

Em relação aos três Estados que fazem parte da Cepimar, o Ceará é o que melhor se sai, tendo resultados de diminuições de emissões de gases consideravelmente mais significativos que no Piauí. Na capital Fortaleza, os veículos circulam com combustível que utiliza 500 ppm de enxofre em sua composição. No Maranhão, esse valore, como no Piauí, varia entre 1800 e 2000 ppm.

Para Edílson, o que falta é um maior compromisso da população em cobrar essas mudanças das empresas “Em termos de meio ambiente falta mais conscientização das pessoas para questões ambientais. Acho que se isso mudar, o mundo pode se tornar menos poluído”, comenta.

A premiação

Para incentivar as empresas a reduzir a emissão de gases na atmosfera e também a se educar ecologicamente a Cepimar premia as empresas que se adequam as regras do Programa Despoluir.

Enviando projetos em defesa do meio ambiente, não necessariamente voltados para a emissão de poluentes, e também trabalhando com veículos menos poluidores, as companhias recebem o certificado de Qualidade Empresa 100% do Programa.

Mas não só as que atingem 100% de adequação às regras do Despoluir são agraciadas com o prêmio. Empresas que atingem 85% dos resultados pedidos também recebem a certificação.

A vantagem de se ganhar o prêmio além de prestar um serviço ao meio ambiente, está na publicidade positiva que as empresas adquirem: com uma sociedade cada vez mais preocupada com as questões ambientais, empresas que tem algum selo qualidade “amiga do meio ambiente” são mais visadas e, consequentemente, mais procuradas.

Este ano, 23 empresas se inscreveram para o concurso, mas apenas sete delas alcançaram às expectativas. São elas: Taguatur, Cidade Verde, Transcol, Expresso Translopes, Guanabara, São Cristóvão e Fretur.

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