domingo, 5 de julho de 2009

Fatores naturais impedem aumento da produção agrícola no semi-árido piauiense

Tabata Magalhães

Os pequenos produtores do semi-árido piauiense apresentam uma baixa produção agrícola anual de cultivos como os de arroz, feijão e milho. A variabilidade espacial e temporal das chuvas que ocorre na região é um dos principais motivos desse problema com o rendimento das safras.

Segundo Milcíades Gadelha, doutor em Agrometeorologia e diretor de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente do estado, os fatores da seca e da pluviosidade irregular levam a perca da safra anual no semi-árido. “A produtividade agrícola [do Piauí] é uma das mais baixas do Brasil. A cada dez anos, apenas três ou quatro são de boa safra. No restante, você perde a produção ou por falta de chuvas, ou por excesso delas”, relatou.

Caso a potencialidade de águas superficiais e subterrâneas do semi-árido fosse mais bem aproveitada, as condições naturais da região poderiam ser transpostas. De acordo com o agrometeorologista, a área irrigada no Piauí é de 30 mil hectares, mas o potencial chega a quase 300 mil.

Outra solução seria a ampliação do serviço de meteorologia para estudos e orientações dos agricultores familiares. Porém, o Piauí ainda não está organizado neste sentido. “O estado é carente de mão-de-obra qualificada para exercer os estudos. Além disso, em algumas regiões, como o Rio Grande do Sul, os grandes empresários patrocinam as pesquisas e tecnologia necessárias para o desenvolvimento desse ramo, fazendo um convênio com os serviços de previsão do tempo do Governo. Aqui, ainda não existe essa consciência”, explicou Gadelha.

O desenvolvimento da agrometeorologia permitiria, entre outros fatores, o rompimento da tradição do manejo de subsistência, feito de forma desorganizada, a avaliação dos riscos devido às mudanças climáticas e recomendações para as épocas de semeadura.

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