quinta-feira, 9 de julho de 2009

Crítica de notícia do portal O Fuxico

Adara Gomes

Título: “Deborah Secco e Roger Flores saem para almoçar”
Chapéu: Dia de Passeio

Estava vasculhando alguns sites na manhã desta sexta-feira, dia 03 de julho, quando me deparei com a seguinte notícia: “Deborah Secco e Roger Flores saem para almoçar”.

Antes de abrir a notícia em si, fiz rapidamente um levantamento das hipóteses possíveis acerca do teor da matéria. Sim, porque, ao meu ver, os jornais, tanto impressos quanto on-lines, devem ter prioritariamente a preocupação de escreverem matérias que sejam, de alguma forma, relevantes para os leitores e não apenas “atrativas” aos acessos.

De qualquer maneira, pensei em quatro hipóteses que seriam relevantes para os fãs de Deborah (ou até de Roger), ou para a imprensa em geral, os seguintes:

1.Um dos dois (ou até mesmo os dois) teriam comido algo estragado no almoço e teriam sido internados.

2. A atriz em questão deveria ter dito, no dia anterior, que faria jejum em memória das crianças africanas que não ganham ovos de páscoa. E desta forma, havia descumprido sua promessa.

3. Haveria alguma possibilidade de separação do casal?

4. Alguma coisa subitamente estranha aconteceu nesse almoço, e quando digo “estranha” posso fazer uma comparação como algo do estilo: “arroz continha alguma espécie de drogas?”

Por fim, fui “clicar” na notícia, já não esperando algo de muita importância, na verdade. O teor da notícia era apenas uma foto onde Deborah, seu marido, mãe e enteada passeavam para almoçar. A matéria era exatamente assim:

“Nada de almoçar em casa. O domingo foi feito para reunir a família e passear. Deborah Secco, por exemplo, foi com o marido Roger Flores, com a mãe Silvia e a filha do jogador, Lara, almoçar num restaurante localizado na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio.”

Enfim, a matéria não me sugeriu nada e muito menos, conseguiu me acrescentar algo novo, ou até mesmo uma informação “importante” sobre Deborah Secco ou sua família. O que ela e o resto de sua família fez são coisas que se repetem normalmente em nossas casas e em nossa rotina, a diferença é que não somos atrizes, nem celebridades, no caso, da Globo.

E é exatamente isso que me assusta. Fico assombrada com o fato de a mídia dar tanta importância a uma coisa tão prosaica, tão sem importância. Isso é o que chamamos na língua coloquial de: “encher lingüiça”, ou na língua web-jornalística: “falta de matéria”.

Agora me pergunto: “O que está notícia vai influenciar em minha vida?” Por acaso isso vai mudar o mundo, ou até minha forma de ver as coisas? Ao meu ponto de vista, claro que não.

Não estou aqui querendo dar uma de pseudo-culta, afinal, quem não gosta de uma fofoca de vez em quando? O fato é que a indústria da fofoca está faturando cada vez mais alto e em troca massacra nossos artistas para satisfazerem nossa curiosidade. Ser uma celebridade hoje em dia é sinônimo de não ter privacidade nem para ir a um almoço, como no caso. Daqui a pouco, até quando um artista for ao banheiro, será fato noticioso.

Será que a sociedade não está virando uma cultura alienada? Ou como diria Mauro Wolf, a cultura não está novamente se tornando massificada?

O autor italiano, em seu livro “Teorias da Comunicação”, repassa criticamente todas as teorias acerca da comunicação de massa e conclui que ‘de uma forma global, todos os estudos acerca da forma da mensagem mais adequada para fins persuasivos, salientam que a eficácia da estrutura das mensagens varia, ao variarem certas características dos destinatários, e que os efeitos das comunicações de massa dependem essencialmente das interações que se estabelecem entre esses fatores’.

E por alguns jornalistas não levar em conta todas essas variáveis, uma boa parte desse tipo de matérias produzidas resulta em algo sem sentido ou totalmente irrelevante, que, infelizmente, só nos leva ao atraso intelectual, ao meu ver.

Enfim, para não perder totalmente o foco, o que os verdadeiros jornalistas (e com diploma) deveriam fazer é escolher realmente o que for relevante, algo que aprendemos rotineiramente em nossos estudos e universidades: “O jornalista sabe o que é ou não é notícia”. Então porque não utilizar esta nossa base fundamental do ser midiático? Porque, sinceramente, a política do “pão e circo” de tempos medievais já se foi em muitas sociedades, mas ainda impera em algumas “imprensas”.

E daqui a pouco vem outro carnaval, nasce o bebê da Ivete Sangalo, a Cláudia Leitte resolve ter outro filho e mesmo assim, vai continuar havendo fome, outras tragédias naturais, como a de Cocal (ou mais especificamente em Algodões I, no Piauí), roubo e crimes atingindo a todos nós. E para nós?! Quais serão as melhores opções de notícia?!

ANÁLISE DE NOTÍCIA NO PORTAL WWW.180GRAUS.COM

Adara Gomes

Título: Feto de quase três meses é encontrado em horta. Veja!!
Chapéu: Tava dentro de saco plástico

Analisando alguns portais de notícia locais me deparei com a seguinte matéria “Feto de quase três meses é encontrado em horta. Veja!!”. Até certo ponto a matéria frisava exatamente o assunto principal: um feto encontrado. Porém para dar uma melhor estética no título e por falta de palavras a acrescentar, o jornalista do site em questão, no caso o 180graus, colocou um “Veja” e ainda sucedido por dois pontos de exclamação. A utilização desses acréscimos me trouxe um certo desconforto pessoal.

A primeira coisa que denoto é que a necessidade de um “Veja” em uma notícia, parece se tratar mais de alguma coisa menos catastrófica. Em geral, a utilização desta expressão é para matérias mais amenas e não tão trágicas. Pois bem, logo depois percebo os dois pontos de exclamação que expressam ainda mais um ar de “empolgação”. Na minha realidade é uma sinonímia de alguma coisa do estilo: “O circo chega a Teresina. Veja!!”.

Porém, nos portais de notícia, principalmente, o objetivo principal é a atração de leitores. Consequentemente, quanto mais leitores, mais acessos. E os acessos são a base principal da sobrevivência de um site. Palavras como “Confira” e “Veja” são bastante utilizadas para esta prática de atração de leitores. Porém o que eu estou tentando frisar é que existem certas matérias em que a utilização destas expressões não caem adequadamente, como a notícia em questão, sobre a morte do feto.

Passamos então para o Chapéu da matéria: “Tava dentro de saco plástico”. Em uma breve análise do site 180graus, podemos perceber que eles gostam de usar palavras mais coloquiais com o intuito de se aproximar mais de seu público e desta forma, atrair mais leitores e muito mais acessos.

Porém, ao meu ponto de vista, isso é uma agressão ao intelecto popular. A palavra “tava” não aproxima de modo algum o portal de seus leitores, pelo contrário, o objetivo midiático tem por base principal “educar” e transformar a opinião de seus leitores. A utilização deste tipo de palavra, totalmente coloquial, não condiz com a prática de um jornalismo conceituado.

Bem, para completar, podemos citar que diariamente temos inúmeras mortes na capital como um todo, que os jornalistas não dão conta de noticiar todas, porém o que chama a atenção nesta notícia é a questão de ter ocorrido à morte de um feto, ou seja, uma mãe abortou e abandonou seu filho dentro de um saco plástico. O símbolo que a figura de uma “mãe” repassa aos cidadãos é de um ser protetor, de alguém que poderia fazer mal a qualquer um menos a seu filho. Isso colocando a situação integrada na maioria dos casos e utilizando o conceito embutido na figura da palavra “mãe”. Porém, nesta matéria este ser simbolizado pelo amor de uma mãe matou seu próprio filho.

Adentrando à matéria, encontro outro chapéu: “Feto dentro de saco plástico” e o título: “Feto de quase três meses encontrado em horta. Veja”. Podemos então perceber a atuação de um editor nesta matéria. Com o uso da palavra “feto” duas vezes consecutivas na mesma chamada, o responsável pela equipe de jornalismo deve ter retirado a palavra “feto” e acrescentado o “Tava”. Algo que não teria ferido tanto a estética da notícia, seria a permanência da palavra feto (ao invés dessa palavra agressora do intelecto de seus leitores, no caso o uso do “tava”).

Também percebemos a reutilização da expressão “Veja”. Mas não vou me alongar novamente neste assunto, pois já foi percebido que este uso coube exatamente para o preenchimento de espaços na página inicial (já que se cortássemos o “Veja”, a notícia terminaria na palavra “horta” e um espaço em branco seria percebido na estética do portal).


Bem, então vamos à matéria:


Foi encontrado na manha desta segunda-feira (06) por populares um feto de aproximadamente três meses. Ele estava nas proximidades das hortas da Santa Maria das Vassouras, zona Norte de Teresina.

Os policiais relataram que ele estava dentro de uma sacola de plástico jogado no meio da rua. O saco já foi recolhido pela perícia que vai analisar as digitais deixadas.

O feto que já estava em praticamente formado foi levado para o Instituto Médico Legal (IML). O caso esta sendo acompanhado pela 22ª Distrito Policial que trabalha para tentar identificar a mãe.

Logo no primeiro parágrafo notamos a ausência do acento na palavra “manhã” e da falta de vírgulas entre a expressão ‘por populares’. Tirando isso, a matéria apresenta bem o lead da notícia, explicando o quê foi encontrado, por quem, quando e onde.

No segundo parágrafo podemos notar algo bastante utilizado por alguns jornalistas atualmente: a ausência da comprovação de fatos. Porque digo isso? Pelo simples fato de a redatora em questão ter iniciado a frase com “policias relataram”. Que policiais disseram isso? Como era o nome deles? Quem eram? Porque ela não especificou? Então fica um pouco claro (para quem já tem certo conhecimento do interior de uma redação), que o jornalista apenas refez a matéria de algum outro meio de comunicação e o noticiou, sem uma prévia constatação de a notícia era mesmo verdadeira ou não. Fora isso, o parágrafo está bem escrito.

Já no terceiro e último parágrafo, a matéria termina falando mais sobre o feto encontrado morto e quem está investigando o caso. O que me incomoda muito é perceber a preposição “em” sem nenhum sentido na frase “já estava em praticamente formado”. Está claro que ela não deveria ter sido utilizada nesse período, porém por pressa ou falta de análise posterior, tanto do jornalista redator, quando do editor do portal, a expressão sem utilidade continuou na matéria.

Mas fora erros gramaticais citados, a matéria passa o conteúdo principal que queria noticiar. Acredito que para finalizar adequadamente, a matéria poderia ter englobado melhor sobre o trabalho da polícia em identificar a mãe. Como eles estão tentando encontrar a mãe? Só através da procura de impressões digitais? Algum popular tem suspeitas de quem seja a mãe? Se sim, não foi citado de forma alguma na matéria.

ANÁLISE DE PRODUÇÕES MIDIÁTICAS LOCAIS

JORNAL O DIA, DE 06 DE JULHO DE 2009

ABORDAGEM ESTÉTICA

Camila Costa

O Jornal O Dia é uma produção impressa local que se diferencia das demais, pelo fato de ter, recentemente, adotado um modelo mais atrativo, mais sedutor de suas formas. A busca pelo belo, a produção de emoções pelos fenômenos estéticos passou a ser item fundamental no jornal. Enquanto todos os impressos no Piauí apresentam a capa com as mesmas características (uma foto ao lado de um pequeno texto que leva à matéria em si), o jornal em análise busca uma maneira de seduzir o leitor, principalmente na primeira página, através das imagens, cores (no jornal em análise, é usada a cor laranja para destacar a parte do esporte, que é o tema mais explorado aos finais de semana) e das suas chamadas destacadas. Todas essas imagens são passíveis de percepção estética – logo, de apreciação e informação.

No jornal em análise, a foto superior de capa, que mais chama atenção, foi feita no evento ocorrido no final de semana – o Piauí Pop – em que a banda Biquíni Cavadão ergue a bandeira do Estado, num gesto de valorização do nosso Estado.

O que podemos extrair de tudo isso é que a teoria do discurso estético parte do princípio de que, se a imagem também é um texto e há discurso das imagens, não apenas semântico, deve haver discurso estético, sintático, perceptível não logicamente, mas esteticamente.

“É possível analisar linhas de formas, texturas, cores nas imagens produzidas por uma sociedade, uma instituição ou um período, e a partir dessas marcas encontrar formas de interpelação (posicionamento e poder) e valorizações de determinados conceitos que são fundamentalmente ideológicos.”

“A análise de uma imagem é uma atividade semelhante à análise de discurso, mas tendo por objeto analítico especificamente imagens. Este tipo de estudo ou técnica tem por método interpretar e “desconstruir as imagens, em conteúdo e forma, considerando o contexto histórico-social de produção, o autor (emissor) e o público (receptor) que participaram de sua criação, com a finalidade de compreender e identificar sentido nas imagens.”

No entanto, analisando as demais páginas e cadernos do jornal percebe-se, principalmente no 1º caderno as imagens e textos não foram dispostos de modo sedutor. Com muito texto e pouca imagem, o que seduz é tão-somente a grande e variável quantidade de informações, pois são várias notícias “bombardeando” uma página e quem olha quer ler um pouco de tudo. Porém como dito, são pouquíssimas as imagens e, assim, muitas notícias ficam “pobres”, por não terem fotografias.

No caderno Dia-a-dia, o veículo de comunicação optou por abordar apenas o evento Piauí Pop, ocorrido no final de semana que antecedeu a data deste jornal. O caderno foi recheado de fotos, dos mais diversos momentos do evento. No último caderno – Concursos & Empregos, parece não haver preocupação nenhuma com a estética. Apenas a capa é em cores e com algumas imagens ajudando a atrair o leitor. Nas demais páginas não há uma foto ou ilustração sequer. Além disso, o texto foi posto de tal maneira que (quase) ninguém que olhar para a página se interessará por ela.

Numa reflexão sobre os cadernos de uma forma geral, somos levados a crer que as matérias que estão sem foto, principalmente no 1º caderno, foram feitas, com a devida licença, de qualquer modo. A impressão que passa é que o repórter não esteve no local dos fatos, pois se estivesse haveria imagens que comprovassem.


ABORDAGEM CRÍTICA

Continuando na mesma esteira da análise estética do Jornal O Dia, de 06-07-2009, podemos citar o caso do caderno Concursos & Empregos, que trata unicamente de oportunidades de emprego e concursos fora da realidade piauiense. Se fizermos uma pesquisa, veremos que há concursos abertos ou na expectativa de serem abertos em diversos municípios piauienses. Dois concursos encerraram as inscrições recentemente (TJ-PI e TRE-PI) e os jornais locais poderiam fazer uma abordagem sobre o tema.

Muitas pessoas saem da sua terra natal para trabalhar em outros locais, mas isto não é a regra. O que o leitor da cidade de Teresina ou demais municípios do Piauí quer ver ao ler o jornal local é oportunidades na sua região. Os concursos divulgados pelo Jornal O Dia eram destinados aos seguintes locais: Paraíba, Paraná, Distrito Federal.

Em relação ao caderno que se voltou totalmente para o PI POP, o Dia-a-dia, foi emitido um juízo de valor muito nítido ao falar do festival. Com o título “PI POP 2009 deixa saudades”, o jornal O Dia passou uma imagem extremamente positiva sobre o evento. Isto é de certo modo arriscado, pois se o leitor souber que a empresa O Dia é uma das grandes patrocinadoras do festival, ele deve ler mais cuidadoso sobre o que o jornal está falando sobre o assunto. Senão será um mero reprodutor do discurso emitido pela mídia. É certo que não foram divulgados em veículos locais ou por meio de boatos notícias negativas sobe o festival, mas o jornal foi muito opinativo (quando deve buscar, na medida do possível, a imparcialidade) quando não deveria ter sido.

Em relação a isto, pode-se falar sobre o jornal Meio Norte da segunda-feira subsequente à realização do Planeta Micarina (cujo responsável pelo evento é o próprio Grupo Meio Norte). Chegou a ser ridícula a abordagem do jornal sobre o evento. Da primeira à última página, falava-se da perfeição do evento, enquanto os demais meios de comunicação locais retratavam o fracasso, a desordem e a falta de segurança do evento. Portanto, observamos nos jornais locais a divulgação daquilo que mais convém ao grupo que está investindo naquele determinado evento, fato ou tema. E se o cidadão que observar aquilo não “consumir” aquela notícia com cautela, será um mero reprodutor deste mesmo discurso.

A manchete do jornal O Dia que está sendo analisada traz o seguinte título: “Estado vai pagar R$1,2 mi por mês em precatórios”. Após uma busca no portal O Dia, encontramos no mesmo dia da publicação deste jornal, uma notícia sobre o assunto (pode-se dizer até que é a mesma notícia) intitulada “Precatórios do Estado chegam a R$ 270 milhões”. O momento de postagem foi 06 de julho de 2009 – 03h51min, e a notícia traz a foto do presidente da OAB-PI, Norberto Campelo discursando. Pela leitura somos levados a crer que essa matéria foi “adequada” para ir à capa. Não é notícia de última hora, é algo sabido há tempos. Além disso, o presidente da OAB não estaria proferindo palestra durante a madrugada de domingo para segunda. A ideia foi colocar a foto para passar uma imagem de realidade, de preocupação e de ineditismo.
Portanto, para mim fica a sensação de que não se tinha assuntos para abordar nesta edição do jornal.

É sabido que às segundas-feiras os jornais são sempre menos atrativos e impactantes do que aqueles feitos durante a semana, que é o período em que “as coisas acontecem”. Mas colocar esta matéria sobre os precatórios na capa foi, para quem busca apurar o tema, uma abordagem, no mínimo, discutível. Além disto, chamadas de capa como “Correios fará concurso para 12 mil vagas” são informações já divulgadas há vários dias.


CONCLUSÃO

Portanto, é de suma importância que se façam reflexões e apurações como a exigida nesta disciplina, pois treina os alunos a serem críticos e procurarem nas entrelinhas tudo o que se passa por trás da divulgação de uma notícia nos jornais locais, por mais boba que ela possa parecer. É a análise de discurso das produções midiáticas locais.

O Jornal O Dia buscou, ao menos nesta edição estudada e na medida do possível, abordar fatos locais relevantes e interessantes ao cenário piauiense. No entanto, a crítica que se faz é que todas estas informações podem ser obtidas através da internet e muito antes de um jornal sair às bancas. Logo, o cidadão que paga uma assinatura ou vai a uma banca e paga R$ 2,00 por dia por uma jornal impresso quer ver abordagens mais aprofundadas, mais embasadas e mais complexas, e não aquilo que pode ser visto a qualquer momento pela web.

OBS¹: As citações colocadas no trabalho foram extraídas das anotações feitas durante as aulas da disciplina “Estética e Crítica da Mídia”.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Pesquisa estuda problemas de enchentes na Vila Verde Lar, em Teresina

Tabata Magalhães

Todos os anos a Vila Verde Lar, localizada na zona Leste de Teresina, sofre com enchentes e inundações causadas pelas cheias do rio Poti. Com o objetivo de realizar um diagnóstico da situação dos moradores, pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) estão analisando as condições da região.

O resultado preliminar da pesquisa constatou que a maioria das pessoas da Vila mora em áreas de risco, já que há o predomínio de encostas na região. A ocupação dessas ribanceiras aumenta o escoamento das áreas superficiais, a erosão do solo e a destruição das casas, os quais podem levar a desastres se não forem resolvidos.

A Vila Verde Lar, que foi ocupada por um processo de invasão, em 1999, até hoje está situada em terras devolutas. “Os problemas da comunidade são ocasionados pela inexistência de uma política habitacional e pelo processo acelerado de crescimento urbano da capital, além da falta de fiscalização da Prefeitura para evitar a ocupação dessas áreas”, explicou Renato Sérgio Sousa, coordenador do Núcleo de Geoprocessamento do IFIT e responsável pela pesquisa.

O estudo pretende apresentar soluções para ajudar a urbanização sem perder do foco nos moradores da região. “Estamos aplicando questionários para avaliar as percepções ambientais e condições socioeconômicas das pessoas”, disse Ana Carolina Rodrigues, uma das estudantes envolvidas no projeto.

A previsão da conclusão da análise dos questionários está prevista para esta semana, quando será possível fazer um mapeamento da situação local e a retirada de uma amostra que atenda equitativamente mais áreas do bairro.

domingo, 5 de julho de 2009

APIPA: Cuidado e proteção aos animais

Misael Rodrigues

Surgida a partir da união de pessoas que tinham o mesmo ideal a APIPA (Associação Piauiense de Proteção aos Animais) tem a função de acolher os animais que estão abandonados ou aqueles que os donos não querem mais.

A intenção da Associação na verdade é dar o melhor destino para os bichos que é colocá-los para a adoção, além de oferecer cuidados médicos e alimentação adequada. Alem disso tem toda uma equipe de profissionais como veterinários que auxiliam na recuperação de cachorros, gatos e outros bichos.

De acordo com Isabel Santos, uma das coordenadoras da APIPA, existe o projeto de construir uma unidade maior para abrigar mais animais. Outra importante ação dos componentes da APIPA é a criação da campanha SOS VIRA LATAS que visa convencer a população que todos devem agir com atitudes, doações e ações concretas para impedir o abandono e maus tratos dos bichos.

A Associação Piauiense de Proteção aos Animais surgiu em 2007 e tem como presidente a veterinária Roseli Klein. Durante esse período já foram adotados mais de 100 bichinhos, mostrando o cuidado que a Associação tem com os mesmos. Há ainda a preocupação com a divulgação das ações da Associação que se dá principalmente através do Orkut, objetivando agregar mais voluntários.

Isabel Santos finaliza afirmando que todos devem ajudar com doações, alimentos para os animais e outros suprimentos, para que a associação mantenha sempre com qualidade o trato com os bichos.

Projetos de saneamento não são levados adiante no Piauí

Tabata Magalhães

Alguns municípios do interior do Piauí já possuem um sistema de limpeza urbano para tratar o lixo de maneira correta. No entanto, por motivos políticos, o sistema nem sempre funciona de forma satisfatória, o que pode levar à desorganização do espaço urbano das cidades.

A professora Maria Lucia Portela, mestra em desenvolvimento urbano pela UFPE, já fez consultoria de saneamento para prefeituras de cidades como Floriano, Água Branca, Joaquim Pires, onde hoje existem programas de limpeza urbana. Porém, segundo ela, os programas criados não estão sendo desenvolvidos conforme o planejado.

“O grande problema é que quando muitas cidades mudam de gestão, a obra que pertenceu ao prefeito anterior não é dada continuidade e o lixo volta a ser tratado de maneira incorreta, sem estrutura de coleta, com utilização irregular do aterro sanitário’, disse Maria Lucia.

Já em outros municípios, os problemas tributários dos gestores impedem a execução do projeto. “Numa cidade do sul do Piauí, os recursos federais para que as obras fossem executadas não foram liberados devido a problemas de ordem fiscal do prefeito anterior. Agora, mesmo o sendo outra administração, o dinheiro ainda se encontra retido”, disse.

Se executadas corretamente, as obras de saneamento permitiriam o desenvolvimento sustentável dos municípios e a melhoria da qualidade de vida dos moradores. “Quando as cidades crescem, elas a atraem mais ocupantes, que geralmente se instalam nas periferias, em áreas de risco, sem água potável, esgoto, coleta de lixo. Por isso, os sistemas fazem com que a cidade cresça dentro do patamar de sustentabilidade e reduza os gastos com a saúde da população”, argumenta Maria Lucia.

Estudo sugere remoção definitiva de moradores da Zona Norte de Teresina

Tabata Magalhães
Fonte: Tabata Magalhães


Diversos moradores da zona Norte ficam desabrigados durante o período de enchentes que castiga Teresina todos os anos. Para evitar que o problema se repita, pesquisadores do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí (IFPI) apontam, como uma das soluções, a remoção definitiva da população de algumas áreas de risco.

As áreas são referentes ao Poty Velho, Olarias, São Francisco, Vila Mocambinho e Alto Alegre, onde vivem mais de 60 mil famílias. A partir da caracterização das condições sociais e ambientais dos bairros, o estudo, ainda em desenvolvimento, mostra que 39% dessas famílias são atingidas pelas enchentes frequentemente.

De acordo com o coordenador da pesquisa, professor Renato Sérgio Soares, o transbordamento das águas do rio Poti e de lagoas nessas áreas no período de chuvas sempre ocorreu. Porém, com o crescimento urbano irregular e acelerado na região, ele atinge os ocupantes. “As inundações sempre vão acontecer, por isso a remoção dessas pessoas mais atingidas é um dos caminhos ideais para que não ocorram eventos mais graves”, relata o professor.

“Os gestores precisam tomar medidas definitivas, como a construção de moradias em locais seguros. Já a reconstrução das áreas naturais absorveria melhor as águas e diminuiria progressivamente os efeitos das enchentes”, complementou Renato.

Esta e outras propostas serão apresentadas à sociedade e aos técnicos da Prefeitura Municipal ao fim da pesquisa, com a intenção de massificar as informações contidas no resultado e para dar maior suporte as condições habitacionais da capital.

Piauí lança mais três cultivares de feijão caupi

Tabata Magalhães
Foto: Tabata Magalhães

Três novos cultivares de feijão desenvolvidas no Piauí serão lançados em breve no mercado: o BRS Itaim, BRS Juruá e BRS Aracê. De acordo com a equipe do programa de melhoramento genético do feijão caupi da Embrapa Meio Norte, os grãos pretendem atingir os mercados de consumo interno e externo.

O feijão BRS Itaim, do tipo fradinho, é um dos tipos de grãos mais consumidos na Europa e é importado para o Brasil. Já os outros dois são as primeiras cultivares de feijão verde do país. E todos eles devem incrementar a economia do Piauí.

“O feijão do tipo fradinho será aproveitado mais pela agroindústria e será destinado à exportação, devido às características de colheita dele. Já os outros podem ser usados pelos grandes produtores e agricultores familiares como fonte de renda e alimento”, explica o coordenador da pesquisa, doutor Francisco Rodrigues Freire Filho.

Além do Piauí, outros quatro estados se mostraram adaptáveis à plantação desses feijões. As cultivares dos feijões foram testadas em 17 estados do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. A partir dos resultados de produção e adaptabilidade, eles foram recomendados para o Roraima, Sergipe, Bahia, Pará.

Com o resultado, o programa piauiense fechará o ano com mais 20 cultivares lançadas no comércio desde o início do programa. “Com as três novas cultivares, temos a possibilidade de lançar no mercado feijões modificados geneticamente e que apresentam características produtivas, como a resistência, e culinárias melhores”, informou Freire.

Piauienses ganham reconhecimento nacional como amigos da Mata Atlântica

Sanmya Meneses

A Rede de ONGs da Mata Atlântica anunciou, no final do mês de maio, a premiação dos vencedores do prêmio Amigo da Mata Atlântica de 2009. O destaque desse ano foi para dois piauienses: a jornalista piauiense Tânia Martins e o fotógrafo André Pessoa. Eles receberam a premiação pelo trabalho desenvolvido em defesa da Serra Vermelha, chapada com cerca de 460 mil hectares, localizada no Sul do Piauí, próxima aos municípios de Morro Cabeça do Tempo, Redenção do Gurguéia e Curimatá e que abriga um ecótono formado pelo Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica.


A Serra Vermelha abriga uma das maiores biodiversidades do interior nordestino e foi considerada pelo Ministério do Meio Ambiente como uma das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade brasileira

Desde 2006, a jornalista Tânia Martins coordena uma campanha de preservação da região que vem sendo seriamente devastada em função do Projeto de Produção de Carvão “Energia Verde” e outros empreendimentos degradadores que são desenvolvidos na área. Em entrevista, a jornalista ambiental conta como foi ganhar a premiação e fala detalhes sobre o trabalho desenvolvido.


Como surgiu a idéia de trabalhar com a Serra Vermelha?

Ao viajar pelo sul do Piauí observamos que aquela área era severamente atingida pela grilagem e surgiu então a idéia de incentivar e dar apoio as comunidades locais para a criação de uma Unidade de Conservação na região. Desde 2006, realizamos uma série de reportagens que denunciam o crime ambiental mais comum na Serra Vermelha: a devastação da mata para extração de carvão vegetal.

Para se ter uma idéia, essa área é a última floresta de semi-árido em termos de preservação de um ecótono, o que chamamos da junção de dois ou mais biomas em uma região. No caso da Serra Vermelha estão presentes os biomas da Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica.

Foi a partir da publicação dessas reportagens no Portal AZ, e também na Folha do Meio Ambiente, a mais importante e antiga publicação especializada em meio ambiente no país, que iniciamos o nosso alerta para a população e para as autoridades competentes acerca dessa problemática.


Qual foi a repercussão que as reportagens trouxeram na prática para a Serra Vermelha?

As reportagens foram utilizadas em uma ação civil pública através da Procuradoria da República para comprovar a existência de degradação na área. A partir disso o Tribunal de Justiça em Brasília paralisou o projeto “Energia Verde”, conduzido pela empresa JB Carbon, ficando esta proibida de fazer o uso indiscriminado da mata para a produção de carvão. Além disso, houve a abertura de um processo para a criação de uma Unidade de conservação na região e o próprio reconhecimento como área de Mata Atlântica, o que não acontecia até então.


O que o prêmio Nacional Amigos da Mata Atlântica representou dentro dessa luta pela preservação da Serra Vermelha?

A rede de ONGs da Mata Atlântica congrega mais de 300 instituições no país e esse reconhecimento é resultado de um trabalho feito com muito amor e persistência. Juntamente conosco também disputavam o prêmio os atores globais Marcos Palmeira e Letícia Sabatela, que também foram indicados por ONGs parceiras. Entre os vencedores de anos anteriores temos o Bispo Dom Luiz Capio por sua luta em prol do Rio São Francisco, o Movimento dos Atingidos por Barragens por seu questionamento à construção da hidrelétrica de Barra Grande e a ex-ministra Marina Silva por seu empenho pela aprovação da Lei da Mata Atlântica. Nossa luta continua e esse prêmio foi um excelente reconhecimento da nossa luta desde 2006.


Que tipo de conseqüência a degradação da Serra Vermelha pode trazer para o ecótono?

A região da Serra Vermelha é prioritariamente para conservação. Tudo que compõe o essa área precisa necessariamente ser preservado pelo Ministério do Meio Ambiente. Quando as chuvas caem nessa área, a água desce pelas serras e alimenta os lençóis para recarga hídrica, o que não acontece quando o solo se encontra nu. A conseqüência disso é a área da Serra Vermelha se transformar em um grande deserto ao longo de anos de devastação.

Além disso, são diversas as árvores de milhões de anos de existência que estão correndo o risco de desaparecerem. Para a fauna composta pelo maior número de espécie de aves da Caatinga (mais de 200), as aproximadamente 150 espécies de mamíferos e uma infinidade de outros animais, a devastação dessa região traz conseqüências muito sérias para o equilíbrio do meio ambiente.


As autoridades do Piauí ainda são omissas quando o tema é meio ambiente?

Os entraves meramente políticos ainda atrapalham muito a execução de ações importantes, como por exemplo, a transformação da Serra Vermelha em Parque Nacional. O Ministério Público Federal no Piauí quer que sejam agilizados os estudos ambientais necessários para a criação do Parque Nacional da Serra Vermelha, na região Sul do Piauí. Ainda em maio deste ano, o procurador da República Tranvanvan da Silva Feitosa oficiou ao Ministério do Meio Ambiente recomendando a adoção de providências para que os estudos sejam agilizados, a fim de evitar a devastação e desmatamentos ilegais praticados naquela região. A nossa intenção é continuar a luta através de mais denúncias e reportagens para que essa área seja preservada da maneira que merece.

Fatores naturais impedem aumento da produção agrícola no semi-árido piauiense

Tabata Magalhães

Os pequenos produtores do semi-árido piauiense apresentam uma baixa produção agrícola anual de cultivos como os de arroz, feijão e milho. A variabilidade espacial e temporal das chuvas que ocorre na região é um dos principais motivos desse problema com o rendimento das safras.

Segundo Milcíades Gadelha, doutor em Agrometeorologia e diretor de Recursos Hídricos da Secretaria de Meio Ambiente do estado, os fatores da seca e da pluviosidade irregular levam a perca da safra anual no semi-árido. “A produtividade agrícola [do Piauí] é uma das mais baixas do Brasil. A cada dez anos, apenas três ou quatro são de boa safra. No restante, você perde a produção ou por falta de chuvas, ou por excesso delas”, relatou.

Caso a potencialidade de águas superficiais e subterrâneas do semi-árido fosse mais bem aproveitada, as condições naturais da região poderiam ser transpostas. De acordo com o agrometeorologista, a área irrigada no Piauí é de 30 mil hectares, mas o potencial chega a quase 300 mil.

Outra solução seria a ampliação do serviço de meteorologia para estudos e orientações dos agricultores familiares. Porém, o Piauí ainda não está organizado neste sentido. “O estado é carente de mão-de-obra qualificada para exercer os estudos. Além disso, em algumas regiões, como o Rio Grande do Sul, os grandes empresários patrocinam as pesquisas e tecnologia necessárias para o desenvolvimento desse ramo, fazendo um convênio com os serviços de previsão do tempo do Governo. Aqui, ainda não existe essa consciência”, explicou Gadelha.

O desenvolvimento da agrometeorologia permitiria, entre outros fatores, o rompimento da tradição do manejo de subsistência, feito de forma desorganizada, a avaliação dos riscos devido às mudanças climáticas e recomendações para as épocas de semeadura.

Relação custo benefício da energia eólica ainda é obstáculo ao Piauí

Tabata Magalhães
Foto: http://www.piaui.pi.gov.br

O Piauí já começa a trabalhar em projetos para o uso de energia eólica. Porém, os altos custos iniciais para a implantação e a baixa produção de energia podem impedir que o estado utilize mais essa alternativa energética num curto prazo.

Desde o começo do ano, o estado já conta com uma usina geradora de energia renovável e limpa, o Parque Eólico Pedra do Sal. O custo da obra foi em torno de R$180 milhões, com recursos da iniciativa privada, e a previsão para a produção de energia é de 18MW, quando ela estiver em pleno funcionamento.



“Este é um projeto piloto que atenderá a demanda de energia num nível local. Além disso, o KW hora produzido por uma hidrelétrica, por exemplo, é cerca de 15 vezes mais barato que o da eólica”, frisa Magnaldo Sá, coordenador do curso de Engenharia Elétrica da UFPI.

Apesar de os ventos constantes do litoral garantirem uma fonte inesgotável de energia, essa alternativa vai atender inicialmente comunidades isoladas de Parnaíba devido a grande demanda energética da cidade.

Contudo, Magnaldo acredita que a energia eólica é um caminho mundial e a tendência é que as diversas fontes de energia convivam juntas. “Ainda não temos tecnologia suficiente para dizer que as alternativas substituirão em breve as hidrelétricas, por exemplo, mas elas poderão conviver harmonicamente no futuro e suprir a demanda de energia”, conclui.

sábado, 4 de julho de 2009

Estudantes participam de projeto para desenvolver o turismo sustentável

Misael Rodrigues

Com o objetivo de desenvolver projetos para promover o desenvolvimento de condições básicas para o turismo sustentável na região da serra da Ibiapaba, alunos do curso de comunicação social da UESPI fazem parte do Projeto Mosaico. O projeto contempla cidades como Piripiri e Luis Correia e também cidades do Ceará.

Esse trabalho visa a elaboração do Plano de Desenvolvimento Territorial com Base Conservacionista (DTBC), através de diversas ações, como a produção de material impresso e de serigrafia, a realização de seminários para a apresentação do projeto em diversos municípios, bem como a detalhar o perfil das atividades produtivas com potencial para o turismo sustentável, através de um questionário a ser aplicado junto aos principais setores envolvidos nessas atividades.

Essas ações são importantes no sentido de conter as principais ameaças à biodiversidade, como o lixo, o corte ilegal de madeira, tráfico de animais silvestres e a caça predatória. Das cinco unidades inseridas no mosaico proposto, quatro são federais e uma estadual. São elas: Parque Nacional de Ubajara, Área de Proteção Ambiental da Serra da Ibiapaba, Floresta Nacional de Sobral, Parque Nacional de Sete Cidades e Área de Proteção Ambiental da Bica do Ipu.

Senat trabalha Programa Despoluir no Piauí

Denise Cordeiro

Respirar um ar mais limpo é um direito de todos. Pensando nisso foi que nasceu o Programa Despoluir, criado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) em parceria com o Setut (Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina), Sest/Senat e Cepimar (Federação das Empresas de Transportes Rodoviários dos Estados do Ceará, Piauí e Maranhão).

O objetivo é bem simples: fortalecer a cultura da responsabilidade ambiental entre as empresas brasileiras de transporte rodoviário. E, para isso, as entidades responsáveis distribuem prêmios que incentivem as empresas do setor a criar novos projetos ambientais e renovar suas frotas por carros ecologicamente corretos.

Estruturado em dois grupos de projetos (Grupo A – Projeto Transporte, voltado para melhorar o desempenho ambiental do setor; e Grupo B – Projeto Cidadania para o Meio Ambiente, que busca educar agentes da área para que possam multiplicar a consciência ambiental), o Despoluir trabalha pela redução da emissão de poluentes por veículos automotivos, o incentivo ao uso de energia limpa pelo setor transportador e o aprimoramento em gestão ambiental nas empresas, garagens e terminais de transporte, pelo grupo A e com cursos voltados para taxista, caminhoneiros e trabalhadores em transporte para ampliar a educação ambiental.

“O principal trabalho nosso é de incentivar as empresas na troca da frota por veículos eletrônicos, que por conta de sua precisão em termos de queima de combustível gastam apenas o que é necessário para o veículo rodar, diferente dos veículos antigos, que não tinham a capacidade de avaliar os gastos de combustível com precisão, é melhor tanto para a empresa que gastará menos, como para o meio ambiente que sofrerá menos”, diz Edílson Amorim, coordenador do Programa no Senat, órgão afiliado a Cepimar, responsável pela implantação do Despoluir no Piauí.

Apesar dos avanços em termos de sustentabilidade, no Piauí ainda faltam alguns pontos a serem melhor explorados. Não basta apenas a troca de frota, mas o aprimoramento do combustível usado nos veículos do Estado.

Dados do Senat dão conta de que o combustível usado no Piauí possui uma quantidade elevada de enxofre que causa sérios danos não só ao meio ambiente, quando é liberado, como também à própria estrutura metálica do motor dos veículos. Enquanto aqui proporção é de 1800 ppm (partes por milhão) de enxofre no composto, na Europa a quantidade é de 50 ppm. Nos Estados Unidos o valor chega a 15 ppm e no Japão é apenas 10 ppm.

Apesar disso, nos últimos anos, após a resolução 315 da CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), de 29 outubro de 2002, que determinava a fabricação de diesel e de motores menos poluentes a partir de janeiro de 2009, o valor - de 1800 ppm – encontrado no combustível do Estado já foi reduzido de 2000 ppm e ainda se pretende diminuir mais.

Mas por que não reduzir de uma vez essa quantidade de enxofre? Porque esse componente não é de todo o vilão da história. A viscosidade dele ajuda no funcionamento do motor e substituí-lo não é tarefa fácil, já que o equipamento base de qualquer veículo está acostumado a se mexer com esse tipo de combustível.

E por isso surgiria um outro problema: as empresas, que teriam de reestruturar totalmente sua frota, colocando motores que já fossem adequados às quantidades menores de enxofre, o que levaria a altos gastos. “para contornar a situação, o indicado é que se vá adaptando o motor gradualmente aos novos valores de enxofre até que cheguemos a níveis como os da Europa, Estados Unidos e Japão”, afirma Amorim.

Em relação aos três Estados que fazem parte da Cepimar, o Ceará é o que melhor se sai, tendo resultados de diminuições de emissões de gases consideravelmente mais significativos que no Piauí. Na capital Fortaleza, os veículos circulam com combustível que utiliza 500 ppm de enxofre em sua composição. No Maranhão, esse valore, como no Piauí, varia entre 1800 e 2000 ppm.

Para Edílson, o que falta é um maior compromisso da população em cobrar essas mudanças das empresas “Em termos de meio ambiente falta mais conscientização das pessoas para questões ambientais. Acho que se isso mudar, o mundo pode se tornar menos poluído”, comenta.

A premiação

Para incentivar as empresas a reduzir a emissão de gases na atmosfera e também a se educar ecologicamente a Cepimar premia as empresas que se adequam as regras do Programa Despoluir.

Enviando projetos em defesa do meio ambiente, não necessariamente voltados para a emissão de poluentes, e também trabalhando com veículos menos poluidores, as companhias recebem o certificado de Qualidade Empresa 100% do Programa.

Mas não só as que atingem 100% de adequação às regras do Despoluir são agraciadas com o prêmio. Empresas que atingem 85% dos resultados pedidos também recebem a certificação.

A vantagem de se ganhar o prêmio além de prestar um serviço ao meio ambiente, está na publicidade positiva que as empresas adquirem: com uma sociedade cada vez mais preocupada com as questões ambientais, empresas que tem algum selo qualidade “amiga do meio ambiente” são mais visadas e, consequentemente, mais procuradas.

Este ano, 23 empresas se inscreveram para o concurso, mas apenas sete delas alcançaram às expectativas. São elas: Taguatur, Cidade Verde, Transcol, Expresso Translopes, Guanabara, São Cristóvão e Fretur.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

ONU pede que Japão aumente ajuda contra mudança climática

Fonte: Folha Online

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu ao Japão que aumente sua ajuda aos países em desenvolvimento para lutar contra a mudança climática, informou a agência local de notícias "Kyodo" nesta semana.

Secretário-geral da ONU Ban Ki-moon pede ao Japão que colabore contra aquecimento
Ban, que desembarcou ontem em a Tóquio antes de viajar para Mianmar (antiga Birmânia), disse que o Japão deverá reduzir as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa no mundo por meio da ajuda financeira e tecnológica aos países mais pobres.

O pedido do secretário-geral da ONU aconteceu durante um encontro com o presidente da Associação de Executivos Corporativos, Masamitsu Sakurai, e outros empresários japoneses.

Ban reconheceu os esforços do governo japonês na luta contra a mudança climática, em referência ao objetivo de reduzir em 15% suas emissões de gases que causam o efeito estufa para 2020, com relação ao nível de 2005.

O sul-coreano pediu ainda ao Japão que demonstre sua liderança na luta contra o aquecimento global e assuma um papel importante na luta contra a mudança climática que se estabeleça quando expire o Protocolo de Kyoto, em 2012.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Consumo Consciente: Economia e conscientização são metas da campanha

Misael Rodrigues

Reduzir o uso de sacos plásticos e diminuir gastos com a produção dos mesmos. Esses são os principais objetivos da campanha Consumo Consciente, realizada pelo supermercado Bompreço.

A campanha se originou da rede Wal Mart, que é o grupo dono do supermercado Bompreço, no inicio de maio, visando conscientizar a população de que o uso de materiais plásticos agridem o meio ambiente. Segundo Lucivania Santos, coordenadora de atendimento do supermercado, por mês são gastos em media R$ 22.000,00 só com as sacolas. De acordo com Lucivania a meta da campanha é reduzir em 10% os gastos com os plásticos.

Um aspecto interessante é o desconto que o cliente tem ao não usar a sacola. A cada cinco produtos comprados são descontados três centavos de cada objeto. Assim o que é gasto com sacos plásticos é revertido em desconto para os consumidores. Como alternativa para reduzir uso das sacolas, o supermercado está oferecendo caixas de papelão e sacolas reutilizáveis.

Ainda de acordo com Lucivania a campanha ainda não teve total aceitação do público, mas ela acredita que com a contribuição de toda a sociedade, o consumo de sacolas plásticas será reduzido.